domingo, 29 de abril de 2012

História - Idade Moderna: Colonização Portuguesa

Idade Moderna: Colonização Portuguesa


·         * Antecedentes
Para entender como se deu a conquista colonial da América na Idade Moderna é necessário ter conhecimento de como a sociedade se encontrava na época. Têm-se duas situações que influenciaram diretamente nisto: o expansionismo ultramarino europeu e o sistema mercantilista.
O expansionismo ultramarino europeu ocorreu praticamente ao mesmo tempo que a centralização do poder político e foi motivado, principalmente, pela busca por rotas alternativas de comércio com as Índias Orientais. Isso, porque o comércio entre Europa e Ásia era feito por intermédio dos árabes que ocupavam a Europa Oriental e, em função disso, os preços das especiarias eram extremamente altos.
Em Portugal, ocorreu a Revolução de Avis que culminou com a ascensão de D. Pedro I, promovendo a centralização do poder. Com isso, este país é pioneiro na expansão marítima e sai na frente na corrida colonial. No entanto, outros países, embora mais tarde, também entram nessa disputa. Os principais são Espanha, França, Holanda e Inglaterra.
Essa expansão amplia o comércio que antes era feito apenas pelo Mediterrâneo para outros pólos.
Quanto ao sistema mercantilista, têm-se que este era baseado em quatro pilares. São eles:
- Metalismo: a idéia de que aquele que tiver mais ouro/prata é mais rico.
- Balança comercial favorável: vender mais do que comprar. Basicamente, o lucro.
- Protecionismo alfandegário: os países se fechavam às importações com taxas e juros, promovia o encarecimento de produtos importados.
- Colonialismo: ampliar as fronteiras de um país, promovendo assim um aumento de sua produtividade, por exemplo.

      Em meio a isto, têm-se a conquista colonial da África e da América. No entanto, tinha-se colonizações com focos e objetivos diferentes. Além disso, nos locais onde não foram encontrados metais preciosos, empregava-se a agricultura. Vale lembrar que essas economias eram “complementares” às economias metropolitanas.
      Por exemplo, na América do norte teve-se a colonização de povoamento. Esta visava, como se vê no nome, povoar a área. Nela, a produção era policultora, realizada em minifúndios e o trabalho era livre, com objetivo de abastecer os que trabalhavam. Já na atual América latina, a colonização foi de exploração. Nesta, a produção era monocultora, realizada em latifúndios e o trabalho empregado era escravo.
      Aqui, têm-se um conceito importantíssimo: o pacto colonial. Este era um conjunto de princípios que regia as relações entre colônia e metrópole. Isso garantia o enriquecimento desta última às custas da primeira, uma vez que eram economias complementares.

·         * Colonização Portuguesa
Pode-se dizer que a real colonização portuguesa no Brasil começou em 1534, com a implantação das Capitanias Hereditárias. Vale ressaltar que a América foi encontrada sem querer em 1492 por Cristóvão Colombo, quando visava-se chegar às Índias Orientais. Isso, associado ao fato do novo mundo não apresentar, inicialmente, nenhum grande atrativo como a presença de metais preciosos, explica o “abandono” que se viu na América por parte dos colonizadores nas três primeiras décadas do século XVI. Foi o chamado período pré-colonial.
As Capitanias Hereditárias eram faixas de terra que dividiam o Brasil em 12 partes. A criação das mesmas foi uma tentativa de solucionar problemas de defesa da terra (mediante ameaça francesa) e como uma alternativa ao comércio indiano que estava em crise. Tinham-se os donatários, que eram os responsáveis por essas capitanias. A eles cabiam diversos deveres, entre eles:
- Nomear as autoridades locais;
- Distribuir as terras entre os habitantes (por sesmarias);
- Receber as taxas e os impostos locais.
      Os donatários possuíam grandes regalias e poderes soberanos em suas capitanias. No entanto, eles não eram os verdadeiros donos das terras. Eles tinham direito a apenas dez léguas.
    O grande problema é que nenhum grande nobre se interessou pelas capitanias (exceto as de Pernambuco e São Vicente), uma vez que mantê-las era caro e os ataques indígenas eram freqüentes.
     Com o fracasso das capitanias, a Coroa portuguesa criou, em 1549 com o Regimento, o Governo-Geral. O Regimento estabelecia ao Governador-Geral as seguintes atribuições:
- Proteger e defender de ataques indígenas e de estrangeiros;
- Pacificar e cristianizar os indígenas;
- Aumentar a produtividade da colônia, distribuindo terras por sesmarias e facilitando a implantação de engenhos de açúcar, por exemplo;
- Promover a exploração do sertão, buscando a descoberta de metais preciosos;
- Proteger interesses fiscais e econômicos da Coroa.

       Com o Governo-Geral, que tinha a Bahia como capitania real, as demais se viam submetidas a este, que tinha como principais cargos:
- Provedor-mor: o tesoureiro
- Capitão-mor: militar responsável
- Ouvidor-mor: o juiz geral

     Em 1640, têm-se o estabelecimento do Conselho Ultramarino. Por meio deste, o controle metropolitano torna-se absoluto. Além disso, há a perca de poder dos donatários e as Câmaras Municipais passam a apenas cumprir ordens da metrópole.
      Entre as medidas para subordinar ainda mais a colônia, pode-se citar a proibição de comércio de navios brasileiros e a proibição de navios saídos do Brasil ancorarem fora de Portugal.

     Inicialmente, os indígenas foram escravizados. No entanto, isto ocorria sem o consentimento da Igreja. No decorrer da colonização, teve-se a vinda de padres jesuítas para o Brasil com o objetivo de cristianizar os nativos, pois eles representavam uma ameaça aos interesses da metrópole.
    Para tal, têm-se a criação da Companhia de Jesus em 1534, que tinha como objetivo expandir o cristianismo. Vale lembrar, que os padres jesuítas eram contra a escravização de indígenas, mas a favor da de negros. 
      Pode-se dizer que a escravização dos negros é que explica a colonização africana, e não o contrário.
           
     Além das colonizações portuguesa e espanhola, a América contou também com a colonização das nações francesa, inlgesa e holandesa. A Inglaterra colonizou a América do Norte e, como já dito, foi um processo de povoamento.
     A França teve um certo atraso na corrida colonial, com relação às demais nações. Isso pode ser explicado pela Guerra dos Cem Anos (contra a Inglaterra) e pela guerra civil religiosa que assolou o país no século XVI.
       O país tentou, sem sucesso, colonizar o Canadá e o Brasil (com a fundação da França Antártica, na Baía de Guanabara RJ). Em 1635, eles conseguiram conquistar alguns países da América central e, depois, uma parte do Canadá. Além disso, eles conseguiram terras africanas também. Assim, eles estabeleceram o chamado comércio triangular, entre América (cana-de-açúcar, por exemplo), África (tráfico de escravos) e Europa.
      Já a tentativa de colonização holandesa se dá após a União Ibérica. Esta ocorre em função de problemas de sucessão no trono português. Então, a Espanha invade Portugal e Felipe II assume o poder das duas nações. No entanto, ele mantém a autonomia administrativa portuguesa. Essa união durou sessenta anos.
         Na época, tinha-se que Portugal era “aliado” da Holanda, ao contrário da Espanha. Com a União Ibérica, os holandeses criam a Companhia das Índias Orientais (para conquistar terras no oriente) e, em seguida, a Companhia das Índias Ocientais (com principal objetivo de conquistar o Brasil).
      Em 1624, os holandeses conquistam Salvador, mas são expulsos em 1625. Depois, conseguem conquistar, aos poucos, boa parte do litoral nordestino.
            Com o fim da União Ibérica, Portugal tenta negociar com a Holanda a devolução das terras conquistadas. No entanto, os holandeses não cederam.
        Então, têm-se por volta de 1650 a Insurreição Pernambucana, que foi um movimento popular no nordeste liderado por luso-brasileiros que tinham como objetivo a expulsão dos holandeses.
        Então, foi assinado um tratado de paz em 1661 entre Portugal e Holanda, em que os primeiros se comprometeram a pagar 4 milhões de cruzados como indenização.

                                                                                                Texto feito por: Ruan Jonathan

sábado, 3 de setembro de 2011

Vestibular Seriado

     O Vestibular Seriado é aquele em que o vestibulando realiza uma prova em cada ano do ensino médio. No primeiro ano, o conteúdo pragmático da prova é referente à matéria estudada neste ano. No segundo, é referente à este e ao anterior. E no terceiro é referente aos três anos.
     Atualmente, em Minas Gerais, 8 Universidades realizam este tipo de seleção. São elas:

  * Universidade Federal de Viçosa (UFV):
 - Nome do programa: Programa de Avaliação Seriada para Ingresso no Ensino Superior - PASES
 - Site: www.copeve.ufv.br

  * Universidade Federal de Lavras (UFLA):
 - Nome do programa: Processo de Avaliação Seriada (PAS)
 - Site: www.copese.ufla/copese/

  * Universidade Federal  de Juiz de Fora (UFJF):
 - Nome do programa: Programa de Ingresso Seletivo Misto (PISM)
 - Site: www.vestibular.ufjf.br

  * Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Muriqui (UFVJM):
 - Nome do programa: Processo Seletivo de Avaliação Seriada
 - Site: www.copese.ufjvm.edu.br/sasi

  * Universidade Federal de Uberlândia (UFU):
 - Nome do programa: Programa Alternativo de Ingresso ao Ensino Superior (PAIES) e Programa de Ação Afirmativa de Ingresso no Ensino Superior (PAAES)
 - Site: www.ingresso.ufu.br/seriado

  * Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG):
 - Nome do programa: Processo Seletivo Seriado (PSS)
 - Site: www.cps.uepg.br/pss

  * Universidade Estadual de Montes Claros (UniMontes):
 - Nome do programa: Programa de Avaliação Seriada para Acesso ao Ensino Superior (PAES)
 - Site: www.cotec.unimontes.br/paes

  * Universidade de Uberaba (UNIUBE):
 - Nome do programa: Programa de Ingresso por Avaliação Seriada (PIAS)
 - Site: www.uniube.br

     OBS: Atenção ao nome do programa, uma vez que cada universidade nomeia de um jeito.
     OBS*: Não são apenas as universidades de MG que realizam este tipo de seleção. Outros estados brasileiros também fazem este uso.

   Opnião: No meu ponto de vista, é muito importante esse tipo de programa, uma vez que promove a conscientização do jovem acerca de seu futuro desde o começo do ensino médio. Além disso, é bem mais fácil conseguir o ingresso na universidade, já que a matéria da prova é mais reduzida nos dois primeiros anos. Além, é claro, de garantir o aprendizado do vestibulando durante os três anos de realização das provas.
   Quem se interessou, fique atento a data das inscrições. Algumas já estão abertas e outras, já encerradas.

                                                                                                    Por: Ruan Jonathan.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Proposta de redação - Barroco

Proposta de Redação:

Fátima - Renato Russo e Flávio Lemos

Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora esta contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
E se começa, um dia acaba
Eu tenho pena de vocês
E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de nêutrons não foi Deus quem fez
Alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
Nã quero ser como vocês
Eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
E agora tanto faz
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era Fátima
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou e no terceiro dia
Ninguém ressuscitou
Proposta de Redação: Faça um texto relacionando o texto acima com as concepções do Barroco.
     No texto "Fátima", podem ser encontradas diversas características do Barroco. Entre elas, as que mais se destacam são o medo e o arrependimento constantemente presentes na vida das pessoas e uma de suas mais famosas teorias: o Carpe Diem.
     Pode-se observar que, na primeira estrofe, predomina a ideia do quanto a vida é fugaz e passageira. Como disse Bartolomeu Campos Queirós, o tempo tem uma boca imensa e devora tudo - sonhos, alegrias, tristezas e tudo mais - sem piedade. Esse pensamento foi denominado, no Barroco, como Carpe Diem. O termo vem do latim e significa "viva o dia".
     A leitura do texto permite observar, ainda, que, nas estrofes seguintes, predominam o arrependimento e o medo, respectivamente. O primeiro sentimento pode ser percebido quando o autor diz que não quer mais ser como os demais. Já o segundo, quando fala que, ao terceiro dia, ninguém ressuscitou. De acordo com os preceitos religiosos, a ressurreição de Cristo é a garantia da futura salvação. Se isso não aconteceu, haverá salvação ?
Texto escrito por: Ruan Jonathan.

domingo, 26 de junho de 2011

Literatura - Renascimento: uma nova visão para o mundo

Literatura
Renascimento: uma nova visão para o mundo

Tradução da música "She's lost control" composta pelo músico inglês Ian Curtis


Ela Perdeu o Controle

A confusão em seus olhos que diz tudo
Ela perdeu o controle
E ela está se agarrando ao que passa mais próximo
Ela perdeu o controle
E ela revelou os segredos de seu passado
E disse "perdi o controle de novo"
E uma voz que lhe disse quando e onde agir
Ela disse "perdi o controle de novo"
E ela virou para mim e me pegou pela mão
E disse "perdi o controle de novo"
E como eu nunca saberei bem por que 
Ela disse "perdi o controle de novo"
E ela gritou, esperneando
E estrebuchou no chão,pensei que ela fosse morrer

Bem, tive de telefonar a um amigo dela para dar conta de seu caso
E dizer "ela perdeu controle de novo"
E ela mostrou todos os erros e enganos
E disse "perdi o controle de novo"
Mas ela se expressou de muitas maneiras diferentes
Até que ela perdeu o controle de novo
E caminhou sobre o fio do desengano e riu

Eu poderia viver um pouco melhor com os os mitos e as mentiras
Quando a mudança se foi, quando o impulso se foi
Quando a escuridão rompeu, só desmoronei e chorei
Para perder o controle quando aqui chegamos

Relação da música com as características do Renascimento:

     A música "She's lost control nos mostra exatamente a maneira como se esboçava o pensamento de boa parte das pessoas no período do Renascimento. A última estrofe exemplifica perfeitamente o conflito que marca esta época: o sim da crença em explicações míticas para tudo o que acontecia e a busca crescente pelo saber e pelo pensamento racional.
     Nota-se que, a partir daí, a emoção passa a ser sobreposta e controlada pela razão. Enfim, pode-se dizer que a época em estudo é um período no qual o homem acorda de um sono profundo e submerge da ignorância.

Texto feito por: Ruan Jonathan.                                  .

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Proposta de redação - Romance Policial

Romance Policial

        Augusto era de uma família tradicional: os Prado. Quando tinha, aproximadamente, 26 anos, seus pais e seu irmão morreram em um misterioso acidente de carro. Se não fosse pela falha de relógio que não despertou, Augusto seria também vítima do acidente. A real causa do mesmo não foi identificada. Acreditou-se que o pai de Augusto perdera o controle do carro e entrara na contramão. Entretanto, nada foi comprovado.
     A família possuía uma empresa que desenvolvia sistemas computacionais. A mesma se chamava PraComp e era nacionalmente conhecida. O pai de Augusto, o senhor Euclides Prado, era o presidente e contava com a ajuda de um primo seu, chamado Glauco, que era responsável pela vice-diretoria.
    Com a morte de seu pai, Augusto, na época um tanto jovem e inexperiente, foi destinado a assumir a direção da PraComp, uma vez que era o único herdeiro da família. Augusto e Glauco sempre foram muito próximos. Sempre saíam juntos para festas e passeios. A família Prado o acolhera como um filho, já que ficara órfão aos 11 anos de idade. Quando Augusto assumiu a diretoria da empresa, a proximidade entre os dois aumentou consideravelmente. Eles ajudavam-se mutuamente e a afinidade entre os dois crescia cada vez mais.
    O rapaz já conhecia e dominava todas as artimanhas para reger uma empresa quando, aos 60 anos, conheceu a bela Sofia; uma mulher linda, com olhos verdes e cabelo castanho escuro; andava de maneira elegante que destacava as forma de seu corpo belo e exuberante. Sofia era uma mulher inteligente e sábia, apesar da pouca idade. Entretanto, mostrava-se uma pessoa ingênua e com pouca maldade. A bela mulher estava na chamada “flor da idade”, com seus 25 anos. Após um ano e meio de namoro, decidiram se casar.
      A mulher de Augusto interessava-se pelos assuntos da empresa. O amor era o combustível do casamento dos dois. O homem dedicava-se a agradá-la. Com isso, sua relação com seu primo, outrora grande amigo, passou a ser marcada pela formalidade profissional.
      Certo dia, Augusto descobriu algo que fez com que ele fosse obrigado a demitir seu primo. Glauco havia desviado dinheiro do caixa da empresa para sua conta bancária pessoal. Ele tentou defender-se, mas qualquer argumento usado era rebatido pelas provas: extratos bancários que detalhavam as transferências. Augusto foi embora conturbado com o que acontecera. Chegou em sua casa e contou à esposa. Ela reagiu de maneira surpresa e demonstrou certo pesar pelo fim trágico da amizade dos dois.
     Cerca de seis meses após a demissão de Glauco, Leonardo – um antigo funcionário da empresa – teve uma conversa com Augusto. A conversa foi tensa e marcada por uma espécie de inquietação e ansiedade de Leonardo. Ele lhe contou algo que caiu-lhe sobre os ombros como uma parede de concreto:
“ Senhor, eu não gostaria sequer de falar-lhe isso, mas já que o Glauco foi demitido, acho que posso lhe contar. No dia em que seu pai sofreu o acidente, ele teve uma séria discussão com o Glauco. Então, um pouco mais tarde, o vi mexendo em algo no carro que seu pai viajaria no dia seguinte. Perguntei o que fazia e, nervoso, falou que o Sr. Euclides tinha lhe pedido que pegasse algo no carro. Não estou afirmando nada, só acho que seria interessante o senhor saber.”
      Ao acabar de escutar a história que o funcionário contara-lhe há pouco, tudo se encaixou como em um quebra-cabeça. Enfim, essa era a verdade: Glauco matara sua família por dinheiro. E, apenas por uma falha do relógio, não conseguiu realizar o que queria, pois ele estava vivo. Automaticamente, sentiu-se enojado com a capacidade de dissimulação do homem que fora tratado como um filho por seus pais. Quanta maldade e ingratidão! Sem hesitar, Augusto saiu, aturdido, da empresa e foi à casa do assassino. Ao chegar, não hesitou em agredi-lo física e verbalmente. O homem, aparentando nem saber o que acontecia, apenas se defendia com argumentos, sob o ponto de vista do empresário, sem fundamento e falava-lhe, com ar de conselho: “É melhor prestar mais atenção nas pessoas à sua volta! Afinal, tem muito lobo em pele de cordeiro.” Tudo o que ele lhe disse foi inútil. A ira atravessava cada músculo de seu corpo e não lhe permitia, sequer, escutar o que o assassino lhe falava. Jurou que o colocaria na cadeia.
      Augusto chegou em casa e não encontrou sua mulher. Não deu importância e aproveitou este tempo para ligar para seu advogado. Já estava em casa há uma hora quando sua mulher chegou. Ela demonstrava nervosismo, ansiedade e um desespero bastante sutil. Ele contou-lhe o ocorrido e ela, insensivelmente, pareceu não dar-lhe importância. Seus pensamentos estavam em outro lugar.
     Passaram-se quase dois anos quando Glauco foi preso. Então, Sofia assumiu a vice-diretoria da empresa. Tudo correu bem nos anos seguintes.
   Certo dia, já nos seus 84 anos, Augusto, ao ler seu jornal diário, viu uma notícia que abalou-o profundamente: “Homem responsável pelo acidente que matou parte da família Prado e acusado de roubar a PraComp consegue fugir da cadeia”. Aturdido com a notícia, o velho entra em seu BMW preto e pede ao motorista – Gabriel, um homem contratado por Sofia – que o leve à empresa.
     Ao chegar no prédio, o velho pediu à Gabriel que lhe esperasse. Ele entrou na empresa e voltou depois de, aproximadamente, 10 minutos com sua esposa. Iriam à missa, algo que raramente era feito. Entretanto, o medo fez com que Augusto recorresse ao meio espiritual e mítico.
      Na porta da igreja, o casal descia. Quando o velho abriu a porta do carro, outro BMW, também preto e com vidros escurecidos, apareceu no outro lado da rua. Sofia descia do carro no momento em que o homem desequilibrou-se, caiu e foi atropelado pelo outro carro. Ele morreu segurando a mão da esposa e os dois BMWs fugiram do local.
      Após algumas horas, os carros foram encontrados em chamas. De acordo com a versão de Gabriel – motorista da PraComp – ele foi atrás do outro carro. Entretanto, quando o primeiro parou e ele parou em seguida, foi rendido por assaltantes encapuzados e eles atearam fogo nos automóveis. O motorista do outro carro não foi encontrado. Entretanto, Glauco foi capturado em uma casa abandonada, cheia de galões vazios de gasolina, próximo ao local onde os carros foram queimados. Logo, ele foi acusado por mais um homicídio e novamente preso.
      Cerca de uma semana após a morte de Augusto, Sofia, que se encontrava um tanto abalada, decidiu viajar. Ela vendeu a empresa, os imóveis e foi para o exterior, alegando não ter condições de continuar a viver no Brasil.
        Dois meses após a morte de Augusto, Glauco foi também considerado culpado pela morte do primo. Já 
na cadeia, ele recebeu uma longa carta com um cartão postal de Veneza. Estes diziam:

“ Oi, primo, tudo bem?
 Como estão suas férias na cadeia?
 Realmente, devo admitir que Augusto fora bastante ingênuo. Preferiu acreditar em mim e não em você. Mas eu sou uma ótima atriz, não é mesmo?
  Acho que você gostaria de saber de algumas coisas, não?! Vamos por partes. Quanto às transferências, fui eu quem as fiz. Tive certo trabalho para conseguir realizá-las, mas, felizmente, obtive êxito. Desculpe-me, mas você representava um enorme risco para meus planos. Por isso, tive que tirá-lo do meu caminho.
   Para me assegurar que você não me atrapalharia, tive de convencer o Léo a falar sobre a discussão que você teve com o Sr. Euclides um dia antes de ele viajar. E, claro, que você estava mexendo no carro que ele viajaria. Muita coincidência, não?! No dia seguinte ele perdeu o controle do carro e sofreu um acidente que teve, como resultado, a morte de 3 membros da família Prado. Sem falar que eram para ser 4 vítimas, se não fosse a falha do relógio de Augusto. Realmente triste! Sinto-me até um pouco comovida!
   Esse dia foi o que mais tive trabalho. O Léo se arrependeu de ter falado aquilo para o Augusto e queria desmentir. Tive que convencê-lo e, por isso, cheguei tarde em minha casa. O Augusto já estava lá. A minha sorte é que ele estava tão eufórico que nem percebeu meu nervosismo e minha ansiedade. Então me contou toda a história que eu já sabia de cor e tive que fingir que estava surpresa.  Achei que, naquele dia, tudo acabaria.
    Entretanto, demorou pouco mais do que eu havia planejado. Já não mais agüentava aquele velho nojento e caquético. Mas tolerei. E, por isso, hoje estou aqui em Veneza, aproveitando ao máximo o que já poderia ter aproveitado antes. Mas, como diz um velho ditado, ‘os fins justificam os meios’.
    Acho que devo contar-lhe como morreu seu querido primo... Descíamos para ir à missa – sinceramente, achei patética aquela postura do Augusto – quando, de repente, fui descer do carro e me esbarrei nele. Coitado, era tão fraco que desequilibrou-se, caiu e foi atropelado pelo carro que, todos acreditam, você dirigia.
     Por favor, não me pergunte o motivo de tudo isso. Você jamais me entenderia.
                                                                  Adeus !
                       Atenciosamente,
                               Você sabe quem sou! “

      Ao acabar de ler a carta, Glauco foi tomado pelo ódio e pela ira. Entretanto, nada mais poderia ser feito!

Texto feito por: Ruan Jonathan.

O Encontro Marcado - Fernando Sabino

O Encontro Marcado - Fernando Sabino

O livro conta a história de Eduardo Marciano, um rapaz que busca, durante sua vida, respostas para perguntas, diga-se de passagem, retóricas.

   Eduardo é filho de Seu Marciano com dona Estefânia. Natural de Belo Horizonte, portava-se, durante a infância, como uma criança mimada. Entretanto, desde esses tempos, já se mostrava uma pessoa com grande potencial. Era um tanto inteligente e esperto, se comparado aos demais garotos de sua idade. Sua mãe temia o que poderia acontecer com o filho por causa de sua esperteza fora do normal. Ela chegou até mesmo a conversar com seu marido sobre isso. Entretanto, seu Marciano encarava como algo comum e, até mesmo, bom.
   A história mostra detalhadamente a vida do personagem. Os acontecimentos que marcaram sua infância, as muitas dúvidas e questionamentos que surgiam com a puberdade e a rebeldia que chegou com a juventude. Fala sobre seu primeiro romance – com a bela menina Letícia –, a primeira viagem ao Rio de Janeiro, a primeira premiação de um conto seu – o que lhe rendeu cem mil réis –, entre muitos outros.
  Eduardo teve a sua juventude marcada pela rebeldia e pelas farras. Ao lado de seus melhores amigos Mauro e Hugo, o rapaz participou de várias badernas. O trio fez grandes loucuras. Acredito que o que os unia era algo que todos tinham em comum: eram, na verdade, grandes poetas incompreendidos.
  É importante falar, ainda, que Eduardo tinha o apoio e a admiração do pai com relação a seu jeito de encarar a vida. Isso é mostrado na página 80 do livro:

“... Seu Marciano pôs a mão no ombro do rapaz:
- Meu filho, não diga para sua mãe, ela se preocupa demais com você, não quero que comece a se preocupar também comigo. Mas você é exatamente como eu gostaria de ter sido. ”

   Com o passar do tempo, as circunstâncias da vida levaram à separação gradual dos amigos. Eduardo se apaixonou por uma garota carioca, Mauro continuou seu curso de Medicina e Hugo continuou com sug
ua rebeldia e contestação contra a sociedade como um todo. O último ainda se mostrava contra a postura de seus amigos por certas vezes. Isso é mostrado quando ele os chama de “vendidos”.
   A segunda parte do livro – O Encontro – se inicia com a vida de casado do protagonista. Ele casara-se com Antonieta – a garota por quem se apaixonara um tempo antes – e fora morar com ela no Rio de Janeiro. Para Eduardo, uma nova fase da vida, novos amigos, novas companhias. Enfim, tudo era novo.
  A história se segue com o detalhamento da nova vida de Eduardo. Entretanto, esta é marcada por muitas incertezas e uma certa nostalgia. Ele vive perdas – do tempo que não mais voltaria, das amizades que outrora tivera em sua cidade natal, das pessoas queridas e que ele amava – e sua vida mostra-se cada vez mais complicada. Mas como ele lidaria com essas perdas que viriam com o tempo? Que fim levaria seu casamento e sua vida? São perguntas que só podem ser respondidas com a leitura deste incrível livro.

Opinião:

  Sem sombra de dúvidas é um livro incrível! É a história do autor do livro – Fernando Sabino – entretanto, não é uma autobiografia. O escritor apenas baseia-se em sua vida conturbada com infinitas dúvidas para escrever este belo livro.
   A história tem seu toque dramático no momento em que o protagonista vai a Minas Gerais e, aos poucos, reencontra pessoas que fizeram parte de sua história. Ele vai à Juiz de Fora, reencontra Letícia – sua primeira namorada –, vai ao cemitério ver o túmulo no qual seu pai, outrora sábio e conselheiro, descansa de um sono profundo. É uma espécie de despedida de tudo e de todos.
   Na minha opinião, o livro tem muito a ensinar ao leitor. Mas, para isso, é necessária uma leitura bastante atenciosa aos mínimos detalhes. Eu acho um tanto incrível a maneira como o autor reutiliza os fatos: já no fim do livro, ele volta a acontecimentos citados no começo da história e usa-os como exemplo e mostra que pequenas coisas, após certo tempo, mostram-se enormes.
   A primeira parte do livro termina com um trecho que, sob meu ponto de vista, é um dos mais bonitos de toda a história. Sabino resume tudo o que acontecera até o momento e conclui:

“De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estaria sempre começando. A certeza de que era preciso continuar. E a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.”
( O Encontro Marcado, Pág. 177 )

    É difícil falar ao certo qual o significado do título do livro. Entretanto, me arrisco a tentar. Acredito que esse “Encontro Marcado” é um encontro que Eduardo – e muito menos Fernando Sabino – não sabia nem com quem, nem quando ocorreria. E muito menos, se ocorreria.
   Como diz no próprio livro, é uma história de juventude, desespero, cinismo, desencanto, melancolia e tédio que se acumulam no espírito do jovem escritor Eduardo Marciano. Em meio a uma vida conturbada, ele se vê obrigado a abdicar de si mesmo e “encontrar-se” com algo desconhecido.

Texto feito por: Ruan Jonathan.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Revolução Industrial e o Campo Social

A Revolução Industrial e o Campo Social

Breve resumo acerca das mudanças sociais causadas pela Revolução Industrial

A Revolução Industrial foi um processo que ocorreu - inicialmente - na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Ela trouxe muitas mudanças não só para o meio econômico mas também para o campo social.
Considerando-se os meios de produção, a Revolução Industrial veio para derrubar os métodos artesanais e a manufatura. Estes foram substituídos pelo sistema fabril e pela maquinofatura, respectivamente. Além disso, notou-se uma crescente divisão das etapas de produção. Ou seja, cada trabalhador precisava conhecer apenas uma parte da produção, sem se preocupar com as etapas conseguintes.
Pode-se dizer que as mudanças sociais foram ainda mais significativas. Houve uma mudança praticamente total no estilo de vida das pessoas. Além disso, acarretou, também, em uma crescente urbanização. Entretanto, as cidades possuíam pouca ou nenhuma infra-estrutura. Isso resultou na formação de aglomerações nas periferias, conhecidas popularmente hoje, como favelas.
Com o processo em questão, teve-se o surgimento de duas novas classes sociais: a burguesia - banqueiros e donos de fábricas - e o proletariado - trabalhadores assalariados.É notório salientar também o exagero das jornadas de trabalho. Crianças, idosos, mulheres grávidas, enfim, todos eram submetidos à longas e cansativas horas de trabalho. Isso, sem falar nas precárias condições nas quais as fábricas se encontravam.
Assim sendo, conclui-se que essa revolução, denominada Revolução Industrial, não representou uma reviravolta apenas no campo industrial/econômico, mas, também e com certeza, no campo social.

Texto feito por: Ruan Jonathan.

sábado, 23 de abril de 2011

Mensagem aos leitores

Caríssimos leitores,

Gostaria de incentivá-los a fazer comentários e, até mesmo críticas – desde que construtivas – sobre minhas postagens. Afinal, só assim poderei cumprir um dos principais objetivos deste blog: a comparação de diferentes opiniões sobre diversos assuntos.

Exponho aqui minha opinião para vocês e peço que façam o mesmo. Além disso, peço-lhes também que, se possível, complementassem e/ou corrigissem minhas postagens – caso achem que falta alguma informação –, para que, assim, tanto eu quanto vocês possamos aprender cada vez mais.

Atenciosamente,
Ruan Jonathan.