domingo, 29 de abril de 2012

História - Idade Moderna: Colonização Portuguesa

Idade Moderna: Colonização Portuguesa


·         * Antecedentes
Para entender como se deu a conquista colonial da América na Idade Moderna é necessário ter conhecimento de como a sociedade se encontrava na época. Têm-se duas situações que influenciaram diretamente nisto: o expansionismo ultramarino europeu e o sistema mercantilista.
O expansionismo ultramarino europeu ocorreu praticamente ao mesmo tempo que a centralização do poder político e foi motivado, principalmente, pela busca por rotas alternativas de comércio com as Índias Orientais. Isso, porque o comércio entre Europa e Ásia era feito por intermédio dos árabes que ocupavam a Europa Oriental e, em função disso, os preços das especiarias eram extremamente altos.
Em Portugal, ocorreu a Revolução de Avis que culminou com a ascensão de D. Pedro I, promovendo a centralização do poder. Com isso, este país é pioneiro na expansão marítima e sai na frente na corrida colonial. No entanto, outros países, embora mais tarde, também entram nessa disputa. Os principais são Espanha, França, Holanda e Inglaterra.
Essa expansão amplia o comércio que antes era feito apenas pelo Mediterrâneo para outros pólos.
Quanto ao sistema mercantilista, têm-se que este era baseado em quatro pilares. São eles:
- Metalismo: a idéia de que aquele que tiver mais ouro/prata é mais rico.
- Balança comercial favorável: vender mais do que comprar. Basicamente, o lucro.
- Protecionismo alfandegário: os países se fechavam às importações com taxas e juros, promovia o encarecimento de produtos importados.
- Colonialismo: ampliar as fronteiras de um país, promovendo assim um aumento de sua produtividade, por exemplo.

      Em meio a isto, têm-se a conquista colonial da África e da América. No entanto, tinha-se colonizações com focos e objetivos diferentes. Além disso, nos locais onde não foram encontrados metais preciosos, empregava-se a agricultura. Vale lembrar que essas economias eram “complementares” às economias metropolitanas.
      Por exemplo, na América do norte teve-se a colonização de povoamento. Esta visava, como se vê no nome, povoar a área. Nela, a produção era policultora, realizada em minifúndios e o trabalho era livre, com objetivo de abastecer os que trabalhavam. Já na atual América latina, a colonização foi de exploração. Nesta, a produção era monocultora, realizada em latifúndios e o trabalho empregado era escravo.
      Aqui, têm-se um conceito importantíssimo: o pacto colonial. Este era um conjunto de princípios que regia as relações entre colônia e metrópole. Isso garantia o enriquecimento desta última às custas da primeira, uma vez que eram economias complementares.

·         * Colonização Portuguesa
Pode-se dizer que a real colonização portuguesa no Brasil começou em 1534, com a implantação das Capitanias Hereditárias. Vale ressaltar que a América foi encontrada sem querer em 1492 por Cristóvão Colombo, quando visava-se chegar às Índias Orientais. Isso, associado ao fato do novo mundo não apresentar, inicialmente, nenhum grande atrativo como a presença de metais preciosos, explica o “abandono” que se viu na América por parte dos colonizadores nas três primeiras décadas do século XVI. Foi o chamado período pré-colonial.
As Capitanias Hereditárias eram faixas de terra que dividiam o Brasil em 12 partes. A criação das mesmas foi uma tentativa de solucionar problemas de defesa da terra (mediante ameaça francesa) e como uma alternativa ao comércio indiano que estava em crise. Tinham-se os donatários, que eram os responsáveis por essas capitanias. A eles cabiam diversos deveres, entre eles:
- Nomear as autoridades locais;
- Distribuir as terras entre os habitantes (por sesmarias);
- Receber as taxas e os impostos locais.
      Os donatários possuíam grandes regalias e poderes soberanos em suas capitanias. No entanto, eles não eram os verdadeiros donos das terras. Eles tinham direito a apenas dez léguas.
    O grande problema é que nenhum grande nobre se interessou pelas capitanias (exceto as de Pernambuco e São Vicente), uma vez que mantê-las era caro e os ataques indígenas eram freqüentes.
     Com o fracasso das capitanias, a Coroa portuguesa criou, em 1549 com o Regimento, o Governo-Geral. O Regimento estabelecia ao Governador-Geral as seguintes atribuições:
- Proteger e defender de ataques indígenas e de estrangeiros;
- Pacificar e cristianizar os indígenas;
- Aumentar a produtividade da colônia, distribuindo terras por sesmarias e facilitando a implantação de engenhos de açúcar, por exemplo;
- Promover a exploração do sertão, buscando a descoberta de metais preciosos;
- Proteger interesses fiscais e econômicos da Coroa.

       Com o Governo-Geral, que tinha a Bahia como capitania real, as demais se viam submetidas a este, que tinha como principais cargos:
- Provedor-mor: o tesoureiro
- Capitão-mor: militar responsável
- Ouvidor-mor: o juiz geral

     Em 1640, têm-se o estabelecimento do Conselho Ultramarino. Por meio deste, o controle metropolitano torna-se absoluto. Além disso, há a perca de poder dos donatários e as Câmaras Municipais passam a apenas cumprir ordens da metrópole.
      Entre as medidas para subordinar ainda mais a colônia, pode-se citar a proibição de comércio de navios brasileiros e a proibição de navios saídos do Brasil ancorarem fora de Portugal.

     Inicialmente, os indígenas foram escravizados. No entanto, isto ocorria sem o consentimento da Igreja. No decorrer da colonização, teve-se a vinda de padres jesuítas para o Brasil com o objetivo de cristianizar os nativos, pois eles representavam uma ameaça aos interesses da metrópole.
    Para tal, têm-se a criação da Companhia de Jesus em 1534, que tinha como objetivo expandir o cristianismo. Vale lembrar, que os padres jesuítas eram contra a escravização de indígenas, mas a favor da de negros. 
      Pode-se dizer que a escravização dos negros é que explica a colonização africana, e não o contrário.
           
     Além das colonizações portuguesa e espanhola, a América contou também com a colonização das nações francesa, inlgesa e holandesa. A Inglaterra colonizou a América do Norte e, como já dito, foi um processo de povoamento.
     A França teve um certo atraso na corrida colonial, com relação às demais nações. Isso pode ser explicado pela Guerra dos Cem Anos (contra a Inglaterra) e pela guerra civil religiosa que assolou o país no século XVI.
       O país tentou, sem sucesso, colonizar o Canadá e o Brasil (com a fundação da França Antártica, na Baía de Guanabara RJ). Em 1635, eles conseguiram conquistar alguns países da América central e, depois, uma parte do Canadá. Além disso, eles conseguiram terras africanas também. Assim, eles estabeleceram o chamado comércio triangular, entre América (cana-de-açúcar, por exemplo), África (tráfico de escravos) e Europa.
      Já a tentativa de colonização holandesa se dá após a União Ibérica. Esta ocorre em função de problemas de sucessão no trono português. Então, a Espanha invade Portugal e Felipe II assume o poder das duas nações. No entanto, ele mantém a autonomia administrativa portuguesa. Essa união durou sessenta anos.
         Na época, tinha-se que Portugal era “aliado” da Holanda, ao contrário da Espanha. Com a União Ibérica, os holandeses criam a Companhia das Índias Orientais (para conquistar terras no oriente) e, em seguida, a Companhia das Índias Ocientais (com principal objetivo de conquistar o Brasil).
      Em 1624, os holandeses conquistam Salvador, mas são expulsos em 1625. Depois, conseguem conquistar, aos poucos, boa parte do litoral nordestino.
            Com o fim da União Ibérica, Portugal tenta negociar com a Holanda a devolução das terras conquistadas. No entanto, os holandeses não cederam.
        Então, têm-se por volta de 1650 a Insurreição Pernambucana, que foi um movimento popular no nordeste liderado por luso-brasileiros que tinham como objetivo a expulsão dos holandeses.
        Então, foi assinado um tratado de paz em 1661 entre Portugal e Holanda, em que os primeiros se comprometeram a pagar 4 milhões de cruzados como indenização.

                                                                                                Texto feito por: Ruan Jonathan