domingo, 31 de outubro de 2010

Vidas Secas - Graciliano Ramos

                             Vidas Secas - Graciliano Ramos

  O livro conta a história de Fabiano e sua família, que começam fugindo da seca que toma conta do nordeste brasileiro.
  Durante essa fuga no princípio da história, ocorrem várias coisas que mexem bastante com o personagem principal: Fabiano. Dentre elas, pode-se citar a morte do papagaio de estimação da família, que morre na beira de um rio seco e serve de comida para os retirantes, além da birra de um dos filhos de Fabiano. O garoto se senta no chão, começa a chorar e se recusa a continuar a caminhada. O pai pensa até em deixá-lo sozinho e partir sem ele, entretanto acaba percebendo que é uma péssima idéia e resolve carregar o filho.
  O segundo capítulo começa com a chegada dos personagens a uma fazenda abandonada. Eles chegam lá sem água e sem comida, que pouco depois é providenciada por Baleia – a cadela da família – que caça um preá para os donos. Dias mais tarde, com o fim da seca, a família começa a se estabilizar, começa a criação de ovelhas e de vacas.
  Certo dia, Fabiano vai à venda da cidade a pedido de sua mulher, Sinhá Vitória, para comprar querosene para os candeeiros e alguns outros utensílios para casa. No entanto, nessa venda, o homem bebe exageradamente até que chega um policial – chamado no livro de ‘soldado amarelo’ – que o convida a jogar cartas. Porém esse soldado o empurra e ele se irrita e – como era muito ignorante – não soube conversar com o agressor e foi mandado à prisão.  Lá, ele apanhou e passou uma noite preso.
  O capítulo quatro fala sobre a Sinhá Vitória. Uma mulher que sonhava com uma cama de ‘couro cru’ – como a de Seu Tomás da Bolandeira, um personagem citado praticamente em toda a história e que serve de exemplo para o vaqueiro e sua mulher – que, para ela, representava um indício do fim da vida ‘nômade’.
   Os capítulo seguintes – quinto e sexto – falam sobre os filhos mais novo e mais velho, respectivamente. Falam sobre as vontades, os desejos e as dúvidas dos garotos.
   O sétimo capítulo se passa durante o inverno. Conta como foram as noites da família. O frio que passaram, como custaram a dormir e o incômodo causado pelo vento frio que entrava pelas frestas das portas e janelas.
   Já se passado um ano morando na fazenda, os personagens vão para uma festa de natal na cidade. Todos extremamente bem arrumados – o que aconteceu graças à ajuda de Senhora Terta, uma costureira bastante culta, de acordo com Fabiano – mas durante a festa, o patriarca exagera nas bebidas alcoólicas e dorme ao relento na calçada de uma loja.
  O nono capítulo conta uma das partes mais tristes da história; a morte de Baleia. Como dito anteriormente, esta era além da cadela da família, uma ‘amiga’ dos seus donos, especialmente dos meninos. Isso acontece porque ela contrai Hidrofobia – popularmente conhecida como raiva – e Fabiano, como medida de precaução à saúde dos filhos, resolve sacrificá-la.
   No décimo capítulo – um dos momentos de maior tensão e suspense do livro – Fabiano se encontra com o soldado amarelo culpado pela surra que ele levou e pela noite na cadeia que passou. Ele andava com um facão pela caatinga quando encontrou o soldado. Em um impulso, ele levantou a arma e ameaçou matar o malfeitor com um único golpe na cabeça. Entretanto, faltou-lhe coragem. É um dos momentos do livro em que Fabiano mais reflete. Ele fica na dúvida: “Mato esse soldado culpado pela minha desgraça e sou considerado um ‘homem de verdade’ ou me acovardo e deixo-o ir embora livre e sem punição? Eu me vingo ou não?” Depois de muita reflexão, ele relaxa os músculos, abaixa o facão, tira o chapéu e ajuda o soldado que estava perdido. Afinal, “Governo é governo”* .
  Depois disso, quando chega em casa, sua mulher faz uma observação que o entristece. Ela nota a forte presença de determinadas aves, o que indica que a seca estava chegando. Daí surge outra dúvida; “O que fazer agora? Ir embora para outro lugar? Mas Para onde?”*. Mas não era exatamente uma dúvida, pois sabia que, com certeza, a seca estava chegando. Ele tinha apenas um remota esperança de que isso não se concretizasse – Inútil esperança.
   Enfim, o livro termina como começou: a família de Fabiano fugindo, mais uma vez, da terrível seca que castiga frequentemente o nordeste brasileiro.
   Fabiano hesita bastante antes de ir embora da fazenda, mas ao ver que era a única saída, ele parte com sua família. Sinhá Vitória chora ao sentir falta de Baleia. E o casal segue sua caminhada conversando sobre o futuro dos filhos.

Comentário:
  O livro mostra-nos como é a sociedade no nordeste brasileiro e como é a vida das pessoas que lá habitam e sofrem cada vez mais com a terrível seca.
  Pode-se concluir – a partir do livro e de estudos prévios – que é uma população carente e com pouquíssimo acesso a alfabetização. Pior ainda, muitas pessoas vivem como verdadeiros animais humanos que não sabem se quer falar, como Fabiano, por exemplo.

                                                  Resumo e comentário feitos por: Ruan Jonathan

Um comentário:

  1. "Vidas secas" é um clássico da literatura brasileira.Graciliano Ramos é muito genial ao associar a "seca" do nordeste com a metáfora,"secas",a qual se torna a vida desses habitantes,não só pelas condições do próprio clima de calor, baixa humidade,água escassa,mas também pela exclusão social e miséria desses nordestinos!

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