domingo, 26 de junho de 2011

Literatura - Renascimento: uma nova visão para o mundo

Literatura
Renascimento: uma nova visão para o mundo

Tradução da música "She's lost control" composta pelo músico inglês Ian Curtis


Ela Perdeu o Controle

A confusão em seus olhos que diz tudo
Ela perdeu o controle
E ela está se agarrando ao que passa mais próximo
Ela perdeu o controle
E ela revelou os segredos de seu passado
E disse "perdi o controle de novo"
E uma voz que lhe disse quando e onde agir
Ela disse "perdi o controle de novo"
E ela virou para mim e me pegou pela mão
E disse "perdi o controle de novo"
E como eu nunca saberei bem por que 
Ela disse "perdi o controle de novo"
E ela gritou, esperneando
E estrebuchou no chão,pensei que ela fosse morrer

Bem, tive de telefonar a um amigo dela para dar conta de seu caso
E dizer "ela perdeu controle de novo"
E ela mostrou todos os erros e enganos
E disse "perdi o controle de novo"
Mas ela se expressou de muitas maneiras diferentes
Até que ela perdeu o controle de novo
E caminhou sobre o fio do desengano e riu

Eu poderia viver um pouco melhor com os os mitos e as mentiras
Quando a mudança se foi, quando o impulso se foi
Quando a escuridão rompeu, só desmoronei e chorei
Para perder o controle quando aqui chegamos

Relação da música com as características do Renascimento:

     A música "She's lost control nos mostra exatamente a maneira como se esboçava o pensamento de boa parte das pessoas no período do Renascimento. A última estrofe exemplifica perfeitamente o conflito que marca esta época: o sim da crença em explicações míticas para tudo o que acontecia e a busca crescente pelo saber e pelo pensamento racional.
     Nota-se que, a partir daí, a emoção passa a ser sobreposta e controlada pela razão. Enfim, pode-se dizer que a época em estudo é um período no qual o homem acorda de um sono profundo e submerge da ignorância.

Texto feito por: Ruan Jonathan.                                  .

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Proposta de redação - Romance Policial

Romance Policial

        Augusto era de uma família tradicional: os Prado. Quando tinha, aproximadamente, 26 anos, seus pais e seu irmão morreram em um misterioso acidente de carro. Se não fosse pela falha de relógio que não despertou, Augusto seria também vítima do acidente. A real causa do mesmo não foi identificada. Acreditou-se que o pai de Augusto perdera o controle do carro e entrara na contramão. Entretanto, nada foi comprovado.
     A família possuía uma empresa que desenvolvia sistemas computacionais. A mesma se chamava PraComp e era nacionalmente conhecida. O pai de Augusto, o senhor Euclides Prado, era o presidente e contava com a ajuda de um primo seu, chamado Glauco, que era responsável pela vice-diretoria.
    Com a morte de seu pai, Augusto, na época um tanto jovem e inexperiente, foi destinado a assumir a direção da PraComp, uma vez que era o único herdeiro da família. Augusto e Glauco sempre foram muito próximos. Sempre saíam juntos para festas e passeios. A família Prado o acolhera como um filho, já que ficara órfão aos 11 anos de idade. Quando Augusto assumiu a diretoria da empresa, a proximidade entre os dois aumentou consideravelmente. Eles ajudavam-se mutuamente e a afinidade entre os dois crescia cada vez mais.
    O rapaz já conhecia e dominava todas as artimanhas para reger uma empresa quando, aos 60 anos, conheceu a bela Sofia; uma mulher linda, com olhos verdes e cabelo castanho escuro; andava de maneira elegante que destacava as forma de seu corpo belo e exuberante. Sofia era uma mulher inteligente e sábia, apesar da pouca idade. Entretanto, mostrava-se uma pessoa ingênua e com pouca maldade. A bela mulher estava na chamada “flor da idade”, com seus 25 anos. Após um ano e meio de namoro, decidiram se casar.
      A mulher de Augusto interessava-se pelos assuntos da empresa. O amor era o combustível do casamento dos dois. O homem dedicava-se a agradá-la. Com isso, sua relação com seu primo, outrora grande amigo, passou a ser marcada pela formalidade profissional.
      Certo dia, Augusto descobriu algo que fez com que ele fosse obrigado a demitir seu primo. Glauco havia desviado dinheiro do caixa da empresa para sua conta bancária pessoal. Ele tentou defender-se, mas qualquer argumento usado era rebatido pelas provas: extratos bancários que detalhavam as transferências. Augusto foi embora conturbado com o que acontecera. Chegou em sua casa e contou à esposa. Ela reagiu de maneira surpresa e demonstrou certo pesar pelo fim trágico da amizade dos dois.
     Cerca de seis meses após a demissão de Glauco, Leonardo – um antigo funcionário da empresa – teve uma conversa com Augusto. A conversa foi tensa e marcada por uma espécie de inquietação e ansiedade de Leonardo. Ele lhe contou algo que caiu-lhe sobre os ombros como uma parede de concreto:
“ Senhor, eu não gostaria sequer de falar-lhe isso, mas já que o Glauco foi demitido, acho que posso lhe contar. No dia em que seu pai sofreu o acidente, ele teve uma séria discussão com o Glauco. Então, um pouco mais tarde, o vi mexendo em algo no carro que seu pai viajaria no dia seguinte. Perguntei o que fazia e, nervoso, falou que o Sr. Euclides tinha lhe pedido que pegasse algo no carro. Não estou afirmando nada, só acho que seria interessante o senhor saber.”
      Ao acabar de escutar a história que o funcionário contara-lhe há pouco, tudo se encaixou como em um quebra-cabeça. Enfim, essa era a verdade: Glauco matara sua família por dinheiro. E, apenas por uma falha do relógio, não conseguiu realizar o que queria, pois ele estava vivo. Automaticamente, sentiu-se enojado com a capacidade de dissimulação do homem que fora tratado como um filho por seus pais. Quanta maldade e ingratidão! Sem hesitar, Augusto saiu, aturdido, da empresa e foi à casa do assassino. Ao chegar, não hesitou em agredi-lo física e verbalmente. O homem, aparentando nem saber o que acontecia, apenas se defendia com argumentos, sob o ponto de vista do empresário, sem fundamento e falava-lhe, com ar de conselho: “É melhor prestar mais atenção nas pessoas à sua volta! Afinal, tem muito lobo em pele de cordeiro.” Tudo o que ele lhe disse foi inútil. A ira atravessava cada músculo de seu corpo e não lhe permitia, sequer, escutar o que o assassino lhe falava. Jurou que o colocaria na cadeia.
      Augusto chegou em casa e não encontrou sua mulher. Não deu importância e aproveitou este tempo para ligar para seu advogado. Já estava em casa há uma hora quando sua mulher chegou. Ela demonstrava nervosismo, ansiedade e um desespero bastante sutil. Ele contou-lhe o ocorrido e ela, insensivelmente, pareceu não dar-lhe importância. Seus pensamentos estavam em outro lugar.
     Passaram-se quase dois anos quando Glauco foi preso. Então, Sofia assumiu a vice-diretoria da empresa. Tudo correu bem nos anos seguintes.
   Certo dia, já nos seus 84 anos, Augusto, ao ler seu jornal diário, viu uma notícia que abalou-o profundamente: “Homem responsável pelo acidente que matou parte da família Prado e acusado de roubar a PraComp consegue fugir da cadeia”. Aturdido com a notícia, o velho entra em seu BMW preto e pede ao motorista – Gabriel, um homem contratado por Sofia – que o leve à empresa.
     Ao chegar no prédio, o velho pediu à Gabriel que lhe esperasse. Ele entrou na empresa e voltou depois de, aproximadamente, 10 minutos com sua esposa. Iriam à missa, algo que raramente era feito. Entretanto, o medo fez com que Augusto recorresse ao meio espiritual e mítico.
      Na porta da igreja, o casal descia. Quando o velho abriu a porta do carro, outro BMW, também preto e com vidros escurecidos, apareceu no outro lado da rua. Sofia descia do carro no momento em que o homem desequilibrou-se, caiu e foi atropelado pelo outro carro. Ele morreu segurando a mão da esposa e os dois BMWs fugiram do local.
      Após algumas horas, os carros foram encontrados em chamas. De acordo com a versão de Gabriel – motorista da PraComp – ele foi atrás do outro carro. Entretanto, quando o primeiro parou e ele parou em seguida, foi rendido por assaltantes encapuzados e eles atearam fogo nos automóveis. O motorista do outro carro não foi encontrado. Entretanto, Glauco foi capturado em uma casa abandonada, cheia de galões vazios de gasolina, próximo ao local onde os carros foram queimados. Logo, ele foi acusado por mais um homicídio e novamente preso.
      Cerca de uma semana após a morte de Augusto, Sofia, que se encontrava um tanto abalada, decidiu viajar. Ela vendeu a empresa, os imóveis e foi para o exterior, alegando não ter condições de continuar a viver no Brasil.
        Dois meses após a morte de Augusto, Glauco foi também considerado culpado pela morte do primo. Já 
na cadeia, ele recebeu uma longa carta com um cartão postal de Veneza. Estes diziam:

“ Oi, primo, tudo bem?
 Como estão suas férias na cadeia?
 Realmente, devo admitir que Augusto fora bastante ingênuo. Preferiu acreditar em mim e não em você. Mas eu sou uma ótima atriz, não é mesmo?
  Acho que você gostaria de saber de algumas coisas, não?! Vamos por partes. Quanto às transferências, fui eu quem as fiz. Tive certo trabalho para conseguir realizá-las, mas, felizmente, obtive êxito. Desculpe-me, mas você representava um enorme risco para meus planos. Por isso, tive que tirá-lo do meu caminho.
   Para me assegurar que você não me atrapalharia, tive de convencer o Léo a falar sobre a discussão que você teve com o Sr. Euclides um dia antes de ele viajar. E, claro, que você estava mexendo no carro que ele viajaria. Muita coincidência, não?! No dia seguinte ele perdeu o controle do carro e sofreu um acidente que teve, como resultado, a morte de 3 membros da família Prado. Sem falar que eram para ser 4 vítimas, se não fosse a falha do relógio de Augusto. Realmente triste! Sinto-me até um pouco comovida!
   Esse dia foi o que mais tive trabalho. O Léo se arrependeu de ter falado aquilo para o Augusto e queria desmentir. Tive que convencê-lo e, por isso, cheguei tarde em minha casa. O Augusto já estava lá. A minha sorte é que ele estava tão eufórico que nem percebeu meu nervosismo e minha ansiedade. Então me contou toda a história que eu já sabia de cor e tive que fingir que estava surpresa.  Achei que, naquele dia, tudo acabaria.
    Entretanto, demorou pouco mais do que eu havia planejado. Já não mais agüentava aquele velho nojento e caquético. Mas tolerei. E, por isso, hoje estou aqui em Veneza, aproveitando ao máximo o que já poderia ter aproveitado antes. Mas, como diz um velho ditado, ‘os fins justificam os meios’.
    Acho que devo contar-lhe como morreu seu querido primo... Descíamos para ir à missa – sinceramente, achei patética aquela postura do Augusto – quando, de repente, fui descer do carro e me esbarrei nele. Coitado, era tão fraco que desequilibrou-se, caiu e foi atropelado pelo carro que, todos acreditam, você dirigia.
     Por favor, não me pergunte o motivo de tudo isso. Você jamais me entenderia.
                                                                  Adeus !
                       Atenciosamente,
                               Você sabe quem sou! “

      Ao acabar de ler a carta, Glauco foi tomado pelo ódio e pela ira. Entretanto, nada mais poderia ser feito!

Texto feito por: Ruan Jonathan.

O Encontro Marcado - Fernando Sabino

O Encontro Marcado - Fernando Sabino

O livro conta a história de Eduardo Marciano, um rapaz que busca, durante sua vida, respostas para perguntas, diga-se de passagem, retóricas.

   Eduardo é filho de Seu Marciano com dona Estefânia. Natural de Belo Horizonte, portava-se, durante a infância, como uma criança mimada. Entretanto, desde esses tempos, já se mostrava uma pessoa com grande potencial. Era um tanto inteligente e esperto, se comparado aos demais garotos de sua idade. Sua mãe temia o que poderia acontecer com o filho por causa de sua esperteza fora do normal. Ela chegou até mesmo a conversar com seu marido sobre isso. Entretanto, seu Marciano encarava como algo comum e, até mesmo, bom.
   A história mostra detalhadamente a vida do personagem. Os acontecimentos que marcaram sua infância, as muitas dúvidas e questionamentos que surgiam com a puberdade e a rebeldia que chegou com a juventude. Fala sobre seu primeiro romance – com a bela menina Letícia –, a primeira viagem ao Rio de Janeiro, a primeira premiação de um conto seu – o que lhe rendeu cem mil réis –, entre muitos outros.
  Eduardo teve a sua juventude marcada pela rebeldia e pelas farras. Ao lado de seus melhores amigos Mauro e Hugo, o rapaz participou de várias badernas. O trio fez grandes loucuras. Acredito que o que os unia era algo que todos tinham em comum: eram, na verdade, grandes poetas incompreendidos.
  É importante falar, ainda, que Eduardo tinha o apoio e a admiração do pai com relação a seu jeito de encarar a vida. Isso é mostrado na página 80 do livro:

“... Seu Marciano pôs a mão no ombro do rapaz:
- Meu filho, não diga para sua mãe, ela se preocupa demais com você, não quero que comece a se preocupar também comigo. Mas você é exatamente como eu gostaria de ter sido. ”

   Com o passar do tempo, as circunstâncias da vida levaram à separação gradual dos amigos. Eduardo se apaixonou por uma garota carioca, Mauro continuou seu curso de Medicina e Hugo continuou com sug
ua rebeldia e contestação contra a sociedade como um todo. O último ainda se mostrava contra a postura de seus amigos por certas vezes. Isso é mostrado quando ele os chama de “vendidos”.
   A segunda parte do livro – O Encontro – se inicia com a vida de casado do protagonista. Ele casara-se com Antonieta – a garota por quem se apaixonara um tempo antes – e fora morar com ela no Rio de Janeiro. Para Eduardo, uma nova fase da vida, novos amigos, novas companhias. Enfim, tudo era novo.
  A história se segue com o detalhamento da nova vida de Eduardo. Entretanto, esta é marcada por muitas incertezas e uma certa nostalgia. Ele vive perdas – do tempo que não mais voltaria, das amizades que outrora tivera em sua cidade natal, das pessoas queridas e que ele amava – e sua vida mostra-se cada vez mais complicada. Mas como ele lidaria com essas perdas que viriam com o tempo? Que fim levaria seu casamento e sua vida? São perguntas que só podem ser respondidas com a leitura deste incrível livro.

Opinião:

  Sem sombra de dúvidas é um livro incrível! É a história do autor do livro – Fernando Sabino – entretanto, não é uma autobiografia. O escritor apenas baseia-se em sua vida conturbada com infinitas dúvidas para escrever este belo livro.
   A história tem seu toque dramático no momento em que o protagonista vai a Minas Gerais e, aos poucos, reencontra pessoas que fizeram parte de sua história. Ele vai à Juiz de Fora, reencontra Letícia – sua primeira namorada –, vai ao cemitério ver o túmulo no qual seu pai, outrora sábio e conselheiro, descansa de um sono profundo. É uma espécie de despedida de tudo e de todos.
   Na minha opinião, o livro tem muito a ensinar ao leitor. Mas, para isso, é necessária uma leitura bastante atenciosa aos mínimos detalhes. Eu acho um tanto incrível a maneira como o autor reutiliza os fatos: já no fim do livro, ele volta a acontecimentos citados no começo da história e usa-os como exemplo e mostra que pequenas coisas, após certo tempo, mostram-se enormes.
   A primeira parte do livro termina com um trecho que, sob meu ponto de vista, é um dos mais bonitos de toda a história. Sabino resume tudo o que acontecera até o momento e conclui:

“De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estaria sempre começando. A certeza de que era preciso continuar. E a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.”
( O Encontro Marcado, Pág. 177 )

    É difícil falar ao certo qual o significado do título do livro. Entretanto, me arrisco a tentar. Acredito que esse “Encontro Marcado” é um encontro que Eduardo – e muito menos Fernando Sabino – não sabia nem com quem, nem quando ocorreria. E muito menos, se ocorreria.
   Como diz no próprio livro, é uma história de juventude, desespero, cinismo, desencanto, melancolia e tédio que se acumulam no espírito do jovem escritor Eduardo Marciano. Em meio a uma vida conturbada, ele se vê obrigado a abdicar de si mesmo e “encontrar-se” com algo desconhecido.

Texto feito por: Ruan Jonathan.